O curioso Café de San Telmo
- Jéssica Luz Santos
- 1 de nov. de 2016
- 2 min de leitura

Logo ali em um dos cruzamentos que definem o eixo da parte nobre do mercado, rodeado de frutas, verduras, cortes de porco e embutidos, está o quiosque dos espressos da Coffee Town, cercado por uns dez bancos altos com aquecedores para combater as correntes do inverno portenho.
Em uma esquina, uma lousa prega que “Coffee is a religion- Café é uma religião’’ ( Concordo plenamente). Outra anuncia o BLEND de café do dia: Tanzânia, Gâmbia e Bolívia.
É uma surpresa em um mercado como San Telmo um lugar para degustar um bom café, pois Buenos Aires enfrenta a relação com o café um pouco aferrada a suas tradições. O espresso, o aroma do café torrado e os sabores diversos transformaram a população e isso acabou encantando-os cada vez mais.
Logo pela madrugada por volta das duas da manhã é a hora em que José Vales, o proprietário, enfrenta a cerimônia diária da torra, perfumando o mercado inteiro com os diversos aromas cálidos do café recém-torrado. As variedades são: Coban - Guatemala, Santander- Colômbia, e Sul de Minas- Brasil.
O cardápio do Coffee Town tem vinte e nove propostas diferentes, com uma carta de café bem longa e detalhando a procedência, característica e notas aromáticas. As referências são de países como : Burundi, Zâmbia, Tanzânia, Etiópia, Quênia, Ruanda, Papua, Sumatra, Índia, Guatemala, Colômbia, Jamaica, Peru e Bolívia. Os países mais próximos que mais compram diretamente são : Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia— e os mais distantes e exóticos por meio de uma empresa norte-americana.




San Telmo é um mercado de ponto de encontro obrigatório dos moradores do bairro e lembra muito o Mercadão daqui de São Paulo (adoro tanto que todo mês visito-o). Ambos são ótimos para turistas visitarem.
A poucos minutos do Obelisco, com uma fachada típica italiana e interior amplo, San Telmo foi Inaugurado em fevereiro de 1897, com o objetivo de abastecer os imigrantes que chegavam do Velho Continente, com o passar do tempo foi se modificando, renovando, sem perder a estrutura interna original do edifício, formada por vigas, arcos e colunas de metal com tetos de chapa e vidro, além da grande cúpula no centro. Em 2000 foi declarado Monumento Histórico Nacional pela Secretaria de Cultura do Governo da Cidade de Buenos Aires.
É possível encontrar de tudo num só lugar por lá, desde antiguidades, brinquedos e até frigideiras, passando por temperos únicos e patês patagônicos.


Visitar o mercado é uma aventura que nos leva a uma Buenos Aires antiga. Fazer as compras do dia, buscar algum tempero que faltou no último momento, ou simplesmente se perder nas lojinhas de antiguidades, artesanato, discos de vinil ou brinquedos antigos; uma experiência eclética e única.
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